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Santiago nos teclados, Kaio no baixo, Alessandro guitarra e voz, Thales na batera: batizamos a banda de The Flipfloppers. |
Cacheira a cima. |
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Cataia e as melhores ostras que já comi. |
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Deu até pra ver um jacarézinho. ![]() |
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Pagando pecados... |
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Amigos de fogo. |
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Santiago nos teclados, Kaio no baixo, Alessandro guitarra e voz, Thales na batera: batizamos a banda de The Flipfloppers. |
Cacheira a cima. |
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Cataia e as melhores ostras que já comi. |
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Deu até pra ver um jacarézinho. ![]() |
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Pagando pecados... |
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Amigos de fogo. |
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Esse show em Londres vi na grade (2002). |
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Com o baterista, Simon Gilbert, em 2002, em Londres. |
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Com o primeiro guitarrista, Bernard Butler, em Londres, 2002 (ele foi o mais querido). |
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Brett Anderson de olho em mim... |
Em São Petersburgo, 2012. |
Veja só como sou vanguardista, em pleno 2025 viro youtuber… Abri o canal (ops!) pra poder falar um pouco do que falo já nos vídeos do Instagram, nos textos aqui do blog, estender as reflexões…. Vamos ver se consigo manter. Me sigam lá.
Saiu o resultado do Prêmio Sesc de Literatura.
Eu tive a honra de ser jurado da fase final da categoria
romance, junto à Luciany Aparecida e o Godofredo de Oliveira Neto. Tinha muita
coisa boa... ou tinha algumas coisas boas, mas o vencedor foi uma unanimidade: “Goiás”,
que descobri agora que é do poeta paulista Marcus Groza.
O livro é uma prosa poética em fluxo de consciência canina,
estranhíssimo, sem muita pontuação, contando a vida de cães farejadores; foi
daqueles que eu comecei a ler e pensei: preciso ter esse livro na minha
estante.
Fiquei bem feliz que foi uma unanimidade entre nós jurados,
porque é um livro muito diferente, que até trata de pautas fortes, questões
ambientais, mas não é nada panfletário e mantém a tradição de alta literatura
do Prêmio.
Eu mesmo comecei a publicar por um prêmio, vinte e poucos anos atrás, e sei
como é importante já chegar no mercado com essa chancela. Tem gente que
falsamente menospreza prêmios, mas para o autor se manter num mercado tão
restrito como o mercado literário brasileiro, continuar publicando e mesmo
conseguir trabalhos relacionados ao livro, é importante contar com prêmios,
precisa ser finalista, precisa ganhar; é uma batalha sangrenta.
E infelizmente para ganhar prêmios não basta só a qualidade
literária, tem um tipo de livro com perfil para prêmio. Tem que ter
sofisticação literária no estilo, mas também tratar de temas importantes do
momento...
Para ganhar os prêmios de livros já publicados, como Jabuti
ou Oceanos, ajuda muito ter publicado por uma editora de renome, com tradição
literária, como a Companhia e a Todavia, não só pela grife, por deixar claro que
já passou por um crivo editorial, mas porque o livro já chega nos prêmios
conhecido de grande parte do júri, então já começa a corrida com vantagem.
Por tudo isso fico feliz bem feliz com a premiação e
publicação de um livro nada óbvio como Goiás, parabéns também ao Leonardo Piana
e o Abáz, que ganharam nas categorias de poesia e contos (eu só li os 50
finalistas de romance).
Aqui os vencedores e finalistas:
https://www.sesc.com.br/noticias/cultura/premio-sesc-de-literatura-anuncia-os-vencedores/
Há anos que eu venho adiando, protelando, procrastinando
usar óculos. Eu achava que só precisava pra perto, pra ler, principalmente no
papel, porque no computador nunca senti necessidade ou pra ler legenda, pra ver
filme... Tava trabalhando normal.
Mas o oftalmo me receitou lentes multifocais, pra longe, pra
perto, pro meio.... E agora parece que eu estou sempre num barco, sempre meio
tonto. Não me atrevi ainda a andar assim na rua, porque tenho medo de ser
atropelado...
Eu não adiei por uma questão estética, porque eu sempre
gostei de menino de óculos; acho que traz uma... fragilidade, uma fraqueza,
deixa claro que ele tem defeitos, que é sexualmente passivo...
Mas eu adiei porque fui levando como dava, aumentando as
fontes na tela... comprimindo os olhos. Também esperava que os gnomos da assistência
pudessem me ajudar. Aqui em casa tudo é assim: tem uma torneira pingando, eu
deixo um tempo e ela para de pingar; até a televisão, tinha uma época que ela
diminuiu o brilho, ficava escura e tinha que “esquentar” para voltar ao normal;
passou um tempo e ela se arrumou sozinha. Mas minha vista não... foi só
piorando...
Ler livros impressos tava cada vez mais difícil, principalmente
de noite... até quando pediam para eu ler trechos dos meus... Eu tava me preparando para fazer a Björk em
Dançando no Escuro...
Enfim, cedi... Isso não quer dizer que vai ser mais fácil eu
ler o SEU livro. Eu vou ter é que cobrar mais caro pelas leituras críticas...
Gastei uma fortuna nesses óculos, mas são Emporio Armani; espero que eu consiga
me adaptar. Deve me trazer mais qualidade de vida, vai ser bom... eu poder ver
minhas rugas... meus melasmas... minhas imperfeições... eu estava precisando
mesmo perder minha autoestima...
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Esses dias eu comentava sobre Inteligência Artificial na escrita, que não vejo graça, porque a graça de escrever um livro é escrever um livro.
Mas eu tenho visto cada vez mais, lido cada vez mais, revisando traduções e mesmo em leitura crítica. Fica tudo com a mesma cara e tô me tornando um especialista em identificar.
Esses dias peguei um livro que tinha todos os maneirismos de IA; o autor tinha me pagado para a leitura crítica, então fiz meu trabalho, fui lendo e marcando artesanalmente: “isso parece IA”, “isso parece tradução mal-feita...”
(Depois o autor me escreveu confessando que tinha usado a ferramenta...)
Daí tava pensando nos três pontos principais que me fazem identificar um texto de ficção feito por IA:
1. Falsa coloquialidade: parece que a IA quer mais parecer humana do que escrever corretamente. Então abusa das contrações – o pra, tava, prum -, não só nos diálogos, mas na narração também. Ao ponto de soar falso.
2. Má tradução: a IA usa expressões em português que parecem tradução direta e dura do inglês. E usa a tradução mesmo quando não é necessário – tipo, para nomes de drinques. Esses dias eu peguei um personagem com o nome de Enferrujado, que parece uma tradução direta de Rusty. Mas em português ninguém chamaria alguém de Enferrujado, seria Ferrugem. São coisas como essas que entregam.
3. Português de Portugal: A IA às vezes escorrega em expressões e construções que são mais próprias do português de Portugal, como eliminar os gerúndios: “Eu estava a andar quando o encontrei”.
E esses são só os três pontos mais flagrantes.
Eu ainda não consegui encontrar utilidade e graça pra IA. Mas fico pensando se não serviria, por exemplo, quando estou reescrevendo por extenso todos os numerais que encontro numa leitura crítica.
De toda forma, acho que essa expertise que estou criando de IDENTIFICAR IA em ficção já é bem-vinda. Como jurado de prêmios, se pego uma coisa dessas, você está desclassificado...
Essa semana do Orgulho (gay) foi intensa e importante para eu reafirmar minhas escolhas, meus orgulhos, perceber que há caminhos para eu ser quem eu sou...
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Raphael sempre foi um querido e merece o sucesso que faz. |
Começou com a Feira do Livro do Pacaembu, onde assisti a várias mesas, encontrei editores, recebi propostas e pude refletir sobre minha trajetória de escritor. Encontrei também amigos queridos - o Raphael Montes e a Tati Bernardi – que defendem propostas mais comerciais de literatura e sempre me estimulam a seguir esse caminho. Mas eu nasci para ser alternativo. Nunca gostei do que todo mundo gosta e não poderia ser esse tipo de escritor. Tati Bernardi fala que o histórico dela de publicidade é que a levou a fazer uma literatura que vende. Comigo foi o contrário, eu larguei a publicidade para fazer o que acredito, trazer a minha visão de mundo; se fosse para fazer o que vende eu ficaria na publicidade... que rende mais.
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A Tati fazia tempo que eu não via. |
Isso tem muito a ver com a minha formação. Na minha família, a arte nunca foi um meio de ascensão financeira, pelo contrário. Tanto minha família paterna quanto materna tinham grana, e a arte foi meio que uma maldição, um voto de pobreza... Eu não consegui escapar disso.
(E ainda assim, vez ou outra, as minhas propostas mais
absurdas – como um livro narrador por um jacaré de esgoto – até que vendem bem...)
E para seguir no Orgulho de ser quem eu sou, pude levar
minha sobrinha pela primeira vez na Parada LGBT+. Ela está com treze, é uma aliada
forte dessa geração fluida, e estava na hora de ela ver o que é realmente essa
parcela da população.
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Pode ser aliada, mas se aparecer com namorada eu deserdo! |
Chegamos cedo para ela ver a parte mais política, engajada
(e o povo ainda não tão louco e colocado). Ela durou pouco, mas se divertiu,
comprou uma bandeira, e encontramos alguns amigos queridos, como o Marcelino
Freire com o Gero Camilo.
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Marcelino e Gero. |
Depois de levá-la para almoçar e entregá-la em casa, voltei
para a outra parada, do final do dia, em que o povo já tá tudo se
pegando, mijando e vomitando pelos cantos. Acho que nunca fui tão paquerado. O
chifre deve ter ajudado, porque traz certo humor e uma entrada para o povo se
aproximar, porque eu não sei sorrir e sempre passo como carão...
Então, enfim, tirei a seca... Povo não acredita, mas fazia
quase TRÊS ANOS que eu não dava nem um beijo. Tem a ver com a idade, com estar
de saco cheio dos gays, mas também com minhas próprias escolhas... Gay gosta é
de padrãozinho – homem fantasiado de homenzinho -, e um cabelo comprido, um
olho pintado não são atrativos. Mas essa é outra concessão que não faço. É
assim que eu gosto de ser e assim que vai ter que rolar (ou não). O que eu
posso fazer é me esforçar para emagrecer, malhar, até para eu mesmo ter a
autoestima que ajuda as coisas a acontecerem. (Até porque, não tenho pelos
suficiente para passar por urso. Eu não me depilo nada e os poucos pelos que eu
tenho mal registram em foto...)
De qualquer forma, ontem, funcionou, com o cabelo comprido, com os cabelos pintados, e com os chifres... Acho que a mágica estava nos chifres. Agora só vou sair de casa com chifres.
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O Veado ontem tava matador... |
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Com Leonardo e Camila. |
Surpreendente o debate ontem na Feira do Livro do Pacaembu. Foi uma mesa paralela, numa noite de segunda, achei que não ia ter ninguém e até questionei do que valia. Mas teve um público ótimo, reencontrei amigos e colegas queridos, e o debate rendeu horrores.
Pudemos conversar sobre a atual censura mercadológica nos livros, as pautas e as polêmicas - meu lugar de privilégio como escritor branco e minha cota como autor gay. Camila Dias mediou muito bem - sem condescendência, dando as devidas alfinetadas e intimadas. Leonardo Garzaro foi a voz da ponderação e agradeço muito a ele pelo convite.
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No sábado, vi a pré-estreia do documentário Palavra Expressa, com a Veronica Stigger, do qual sou personagem em um dos episódios. |
Fora a mesa de ontem, andei circulando pela feira também no fim de semana, vi diversas mesas, tudo de graça e do lado de casa. Eu não tenho sido convidado para muitos eventos, não costumo ir na Flip, então foi uma oportunidade cada vez mais rara de ser visto, ver o que está acontecendo e acompanhar as discussões do momento.
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Ganhei a noite de ontem quando o Fábio Massari veio me dizer que era meu leitor. Cresci vendo o Lado B da MTV. E ele ainda me deu um livraço. |
Recebi propostas bem interessantes para novos livros, tirei muitas fotos... mas não comi ninguém!
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Meu vizinho Staut, sempre presente |
Cruzei por lá com o querido Alexandre Staut, Pedro Balciunas, Ricardo Ramos Filho, Tati Bernardi, Celso Suarana, Sergio Keuchgerian, Wellington Furtado, Veronica Stigger, Henrique Borlina, Cristhiano Aguiar, Simone Paulino, Noemi Jaffe, Luciany Aparecida, João Anzanello Carrascoza, Fábio Massari, Cadão Volpato, Bernardo Ajzemberg... enough name-dropping!
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Meu mestre, Wellington Furtado, que foi meu fotógrafo oficial. |
Santiago nos teclados, Kaio no baixo, Alessandro guitarra e voz, Thales na batera: batizamos a banda de The Flipfloppers. Voltando de dias ...